Os brasileiros não gostam de dinheiro. Pelo menos, não de notas e moedas. Já houve um tempo, antes dos cartões, e na época da inflação alta, em que boa parte das transações eram feitas com cheques. Para todos os tipos de compra, o cheque era um “dinheiro” mais adequado, principalmente na modalidade “pré datado”.
Com o fim da inflação, a informatização do sistema bancário e o advento dos cartões de crédito e débito, o dinheiro papel moeda permanece em desuso. O valor médio utilizado pela classe média dos grandes centros urbanos é de 50 reais. E muitos alegam razões de segurança para esse comportamento.
O argumento explica, mas não justifica. Segundo pesquisa da empresa CPP Brasil, que presta serviços terceirizados de emissão de cartões e documentos extraviados, o brasileiro é relapso com sua segurança pessoal. Dois em cada três conterrâneos nossos apresentam alto risco de ter sua carteira ou bolsa roubados. Entre as mulheres, 52% deixa o zíper da bolsa aberto, por exemplo. O mau exemplo dos homens é no trato com a carteira: 68% deixa costuma deixar seu objeto mais valioso sobre a mesa.