Ricardo Teixeira e João Havelange bem que tentaram de tudo para sair do foco da imprensa e, principalmente, das investigações. Ambos perderam emprego, cargo e poder e se recolheram — mas a justiça, em alguns casos pelo menos, tarda, mas não falha. O Parlamento Europeu acaba de divulgar um relatório oficial sobre as operações realizadas pelos dois brasileiros. Em síntese, o relatório diz que Teixeira e Havelange foram intermediários, por meio da empresa Sanud, criada no paraíso fiscal de Liechtenstein, dos direitos de transmissão de copas do mundo realizadas entre 1989 e 1998. A comissão da Sanud teria vindo da negociação entre FIFA e a ISL, empresa de marketing esportivo montada por Havelange nos anos 80 e que faliu em 2001. O total das operações nesse período foi estimado em, no mínimo, US$ 40 milhões — dinheiro que, provavelmente, engrossou a conta bancárias dos dois brasileiros. Os fatos foram apurados pelo promotor suíço Thomas Hildebrand que, por eles, abriu ação criminar contra Teixeira e Havelange.