16 de jan. de 2012

O Instagram invade o Facebook

O Facebook ficou mais bonito neste verão. A invasão de imagens do Instagram na rede social deixou suas páginas principais mais coloridas e se escancarou na abertura das timelines. A todo momento uma foto irrompe na tela, o que é uma boa novidade. Os usuários compartilham suas experiências rotineiras ou das férias usando menos palavras e mais imagens. No meio de alguma discussão polêmica, das críticas sociais e das citações literárias, surge a poética fotografia de um passarinho parado em um fio de alta tensão ou uma vista do mar com as montanhas ao fundo tratada pelo filtro X-pro II ou pelo Hudson, dois dos mais populares do Instagram. No final das contas, em vez de falar sobre o clima vale mais uma imagem do céu azul ou, na pior das hipóteses, da rua inundada pela chuva.

Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis

A invasão das fotos do Instagram no Facebook e em outras mídias sociais não é só uma sensação. É um fenômeno fácil de constatar. Chegamos a pensar que fosse uma situação isolada, restrita às nossas próprias comunidades, mas os dados divulgados no início da semana por Kevin Systrom, um dos criadores do aplicativo de compartilhamento de fotos do iPhone, para o site Venture Beat (http://venturebeat.com/2012/01/06/instagram-facebook-sharing/) são acachapantes. Por segundo, seis fotos do serviço entram no Facebook. Isso equivale a meio milhão de fotos por mês no mundo inteiro. Por aqui, a contribuição é sensível. Fotografa-se enlouquecidamente pelo Brasil, país que já ocupa o quarto lugar em número de usuários do Instagram. O serviço conta atualmente com uma comunidade global de mais de 15 milhões de pessoas e foi considerado, pela equipe da iTunes Store, o melhor aplicativo para iPhone de 2011.

Vista da Lagoa da Conceição, Florianópolis

Está claro que há uma vontade generalizada de fazer fotografia neste momento. O impulso de registrar imagens tornou-se irrefreável. E virou um grande movimento social, em uma escala superior ao do apogeu dos filmes kodachrome e das máquinas analógicas. Todos querem guardar os bons momentos. Nunca se fotografou tanto e nunca a publicação e distribuição das fotos foi tão simples – elas já não são mais esquecidas em álbuns cheios de poeiras, mas vão imediatamente para a rede. Os smartphones deixam as câmeras sempre disponíveis e a qualidade das fotos está cada vez melhor. Além disso, usar filtros para modificar imagens tornou-se uma diversão popular. Efeitos que exigiam há pouco tempo câmeras sofisticadas e lentes especiais são obtidos com um simples aplicativo, às vezes sem qualquer custo, e um único clique. Fotografar é uma febre. E isso não está acontecendo por acaso. (VV e DR)

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