1. Seja sereno
Esqueça a fúria. Dirija tranquilão.
• Firme um acordo com sua mulher: o objetivo é estipular que ela pode, sim, fazer comentários negativos sobre sua postura como motorista. “Desfrute do benefício de ter a seu lado um observador do seu comportamento”, orienta o psicólogo Leon James, professor da Universidade do Havaí (EUA).
• Dê o exemplo: “Você é o modelo masculino mais próximo para a construção da identidade do seu filho. Você vai inspirá-lo a seguir sua atitude ao volante”, diz a psicóloga Maria Helena Hoffmann, autora do livro Comportamento Humano no Trânsito (Editora Casa do Psicólogo, 413 págs.).
• Pratique sua auto-observação: tenha um gravador à mão quando estiver dirigindo para relatar em tempo real o que você está pensando, sentindo e fazendo.
• Coloque-se no lugar do outro: “Seja tolerante com os outros motoristas pelo menos na metade da medida que você é consigo próprio”, aconselha Iara Thielen, coordenadora do Núcleo de Psicologia do Trânsito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Não reaja, por exemplo, a uma fechada. Lembre-se de que, quando você é quem faz isso, é sempre ‘sem querer’.”
2. Valorize os detalhes
Pequenas atitudes podem salvar sua vida. Quem avisa amigo é…
• Apoio de cabeça: “O topo desse acessório precisa estar na mesma altura das suas orelhas, e a distância entre ele e seu crânio tem de ser de, no máximo, 10 centímetros”, afirma Anne McCartt, vice-presidente sênior de pesquisas do Instituto de Seguros para a Segurança em Autoestradas (EUA).
• Volante: não se sente muito próximo a ele. Do contrário, poderá se chocar contra a direção antes mesmo de o cinto e o airbag exercerem sua função. “Mas não fique tão longe a ponto de ter de estender totalmente os braços”, diz Stefan Duma, diretor do Centro de Lesões Biomecânicas da Universidade Tecnológica da Virgínia (EUA).
• Pneus: se eles estiverem carecas, você vai aumentar em até 25% a distância percorrida durante a frenagem. Verifique também a pressão neles.
• Celular: usar fones de ouvido para falar é tão perigoso quanto segurar o aparelho. “Conversas ao celular podem distrair o cérebro e prejudicar sua visão”, explica Arthur Kramer, da Universidade de Illinois (EUA). Digitar um número em um telefone triplica os riscos de acidente. E escrever mensagens de texto enquanto dirige aumenta o perigo em 23 vezes.
3. Fique alerta
Não bata as pestanas (nem as botas) na direção.
O que funciona
• Tirar um cochilo: deu sono? Pare num lugar seguro e tire uma soneca de 15 minutos.
• Tomar um cafezinho: pesquisadores britânicos constataram que motoristas sonolentos sentem menos sono depois de consumir 200 miligramas de cafeína.
• Dar uma caminhada: segundo estudo do exército norte-americano, pilotos em estado de sonolência que fizeram atividades físicas por dez minutos conseguiram ficar alertas na meia hora seguinte.
• “Abaixar” o ar: de acordo com pesquisadores suecos, temperaturas frias perturbam as ondas alfa do cérebro, associadas à sonolência.
• Manter os olhos em movimento: deixar o olhar fixo em rodovias longas por mais de cinco minutos cansa o córtex visual do cérebro. Verifique os retrovisores e os indicadores do painel a cada três ou quatro minutos para manter cérebro e visão afiados.
• Fazer paradas estratégicas: mesmo que seus olhos e sua bexiga não precisem, dê uma parada a cada três horas.
O que não funciona
• Abrir a janela: submetidos a testes, motoristas ingleses que estavam com sono não despertaram depois de receber rajadas de ar fresco no rosto.
• Conversar: pesquisadores da Universidade de Miami (EUA) descobriram que motoristas tagarelas gastam um tempo 16% maior para pisar no freio numa situação de emergência.
• Ouvir um som: segundo o Journal Sleep (EUA), escutar rádio não é capaz de energizar motoristas sonolentos.
• Receber sexo oral: espanta o sono, mas pode provocar um acidente. E sujar o banco.
4. Preserve seu corpo
Evite problemas que detonam sua carcaça.
• Esvazie os bolsos: sentar sobre a carteira desalinha o quadril e sobrecarrega a região lombar.
• Use um apoio e incline o banco: uma almofada no assento vai ajudá-lo a manter a curvatura natural das costas. Além disso, sugere Alan Hedge, professor de ergonomia da Universidade Cornell (EUA), “incline um pouco o banco para reduzir a pressão sobre a coluna”.
• Ajuste os espelhos corretamente: Tom e Ray Magliozzi, apresentadores de um programa sobre carros na rádio americana NPR, ensinam a seguir. Regule o retrovisor interno como você sempre faz. Em seguida, coloque seus dedos indicadores na parte superior do espelho e pressione-o levemente para a frente. Você terá de se sentar com uma postura mais ereta para se ajustar à posição do retrovisor.
• Incline a cabeça contra a janela do motorista. Ajuste o espelho esquerdo de modo que você consiga ver o canto de trás do carro. Faça o mesmo do lado direito.
• Feche ou abra a janela totalmente: ficando um pouco aberta, a janela projetará uma brisa diretamente no seu pescoço, fazendo os músculos se contraírem e provocando um desconforto.
• Deixe os polegares no aro do volante: deixá-los soltos nas hastes da direção pode causar dores e problemas nos tendões da mão.
• Estique-se: segure-se num poste com as mãos na altura da cintura e permaneça a uma distância de meio metro dele. Abaixe-se colocando sua cabeça entre os braços para alongar a região dorsal. “Fique na posição por 20 segundos”, ensina Frank Fischetti, personal trainer na área de automobilismo. Em seguida, de pé, estenda uma perna para trás do corpo ao mesmo tempo que você desloca o tronco para a frente. Tente tocar com as mãos a ponta do pé no chão. Execute o movimento 20 vezes para cada lado para soltar os tendões das pernas e da região lombar.
5. Siga a luz
…E se livre de encrencas maiores
Freios falhando
• Pare – se puder. Pise no freio, reduza a marcha, use o freio de mão, ponha o pé no asfalto, à la Flintstones, faça o que puder. Depois chame um guincho.
Sinal genérico
• Pode ser apenas uma tampa de combustível solta. Continue dirigindo, mas não pense em grandes viagens. Passe na oficina.
Defeito no sistema ABS
• Tente se lembrar de como se para um carro com freios convencionais, pois é só o que você tem agora.
Bateria arriando
• Ela será sacrificada. Em breve, tudo ficará escuro. Você tem cabos por aí para fazer uma chupeta?
Motor fervendo
• Pare o carro em ponto morto. Ou desligue tudo. Coloque água, se necessário, e siga até um posto.
Pressão do óleo baixa
• Desligue o motor e verifique a vareta de óleo. Se a luz continuar acesa, chame um mecânico.
6. Vença crises
Diante de emergências, às vezes você precisa contrariar seus instintos.
O carro sai da pista
• O instinto: voltar logo.
• O certo: tirar o pé do acelerador.
“Alinhe o carro com cuidado e procure obstáculos à frente para parar”, diz Paul Gerrard, diretor de treinamento global do Audi Driving Experience, na Califórnia (EUA). “Se tentar voltar imediatamente, você tende a virar excessivamente o volante, cruzar a pista e perder o controle.”
O pneu estoura
• O instinto: frear.
• O certo: não frear.
“Segure com firmeza o volante e vire-o cuidadosamente no sentido contrário do movimento causado pelo estouro”, ensina Debbie Prudhomme, fundadora da escola de direção Training Wheels (EUA). O próprio peso do carro vai prover a desaceleração. Quando você sentir que o controla, acione os freios levemente.
Um cachorro entra na pista
• O instinto: desviar.
• O certo: atingi-lo.
“Se você desviar, pode colidir de frente com um carro ou uma árvore”, alerta Jeff Payne, fundador da escola de pilotagem Driver’s Edge. Nesse caso, melhor preservar a vida humana.
Você vai bater no carro da frente
• O instinto: pisar fundo nos freios.
• O certo: pisar mais fundo ainda.
Estatísticas mostram que, nessa situação, a maioria dos motoristas usa apenas metade do poder de frenagem do veículo.
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